Novas configurações familiares

b0664a_481dd5ac271f4582be81a6d8a89dcf38_mv2

César Assis
Antropólogo e Psicanalista

Falar sobre a própria família certamente é um tema fundamental em qualquer análise psicanalítica. A família é a raiz de cada sujeito e parte central de cada história individual, bem como pode ser razão de muitos conflitos. Além disso, ela é uma instância mediadora entre o indivíduo e a sociedade mais ampla e é por meio dela que cada sujeito adentra o simbólico.

Apesar de geralmente termos um modelo ideal de família, suposto como natural – com mãe e pai casados e seus filhos – em verdade a família é sempre um construto cultural, em permanente transformação histórica. Além disso, na prática, desde sempre convivermos com uma grande variedade de configurações familiares que se distanciam daquele ideal. Nas últimas décadas uma série de fatores levou a uma maior transformação no modelo ideal de família. A emancipação feminina, a popularização do divórcio, o surgimento de novas tecnologias reprodutivas, o avanço nos direitos civis de homossexuais e trans-gêneros, a consolidação de estilos de vida alternativos e a liberação de novas formas de vivenciar a sexualidade garantiram o desenho de formas cada vez mais múltiplas de configurações familiares. A clínica psicanalítica parte do pressuposto de que terapias individuais, de casal ou familiares devem estar pautadas em modelos abrangentes de família. É necessário acolher e compreender a especificidade de cada configuração familiar da qual o sujeito é proveniente, de modo a auxiliá-lo a lidar com seus conflitos internos e familiares, bem como fortalecê-lo para que ele possa superar os desafios e os entraves da sociedade contemporânea, as quais impactam em sua subjetividade.

#ConfiguraçõesFamiliares

Outros Posts

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp