Existem vários tipos de compulsões, e, na alimentar, a pessoa busca comer compulsivamente para preencher algum vazio que desconhece Yasmin Brunet: o confinamento tem afetado sua compulsão alimentar. (Rede Globo)
A influenciadora Yasmin Brunet admitiu que o confinamento no BBB 24 tem afetado sua compulsão alimentar. Ela explicou que a pressão dos primeiros dias dentro do reality show tem afetado sua compulsão alimentar e que se sente “completamente descompensada” nesse início do jogo. “Estou completamente descompensada na alimentação. Muito ansiosa! Tive questões alimentares e venho depositando absolutamente tudo na comida. Pensei que poderia ser assim, mas achei que não seria tão intenso como está sendo a questão da comida”, disse. Ela ainda explicou os sintomas da compulsão alimentar: “Você se sente cheio e vazio ao mesmo tempo, e parece que o único momento que não penso nem fico ansiosa é o momento que como. É muito doido e quem tem questões alimentares vai me entender”, disse a modelo.
O QUE É A CONDIÇÃO
A psicanalista Araceli Albino explica que a compulsão é um impulso que leva a um comportamento de repetição. A pessoa é impelida a buscar um objeto para apaziguar sua angústia. “Existem vários tipos de compulsões, e, na alimentar, a pessoa busca comer compulsivamente para preencher algum vazio que desconhece. O alimento é ingerido para aliviar algum tipo de angústia e entra em um lugar psíquico, ou seja, agrega-se a ele algum tipo de afeto que a pessoa sente falta”, diz a presidente do sindicato dos Psicanalistas do Estado de São Paulo. A profissional conta que a situação soa como se a comida fosse preencher um vazio constante. Ou seja, quando o alimento é ingerido, há um alívio imediato. Como esse impulso é dinâmico e constante, logo sente necessidade de ingerir mais alimento. “O que a pessoa busca por meio do alimento é o alívio de algum tipo de tensão interna, mas o que está buscando, na verdade, é uma descarga psíquica, não é da ordem da necessidade, mas da ordem do desejo”. No transtorno as pessoas consomem grandes quantidades de alimentos. “Às vezes o comer vira um comportamento automático, o que dificulta a pessoa a se perceber. É como o uso de drogas lícitas e ilícitas. É a necessidade de sentir-se constantemente ‘cheia’, o que faz com que as pessoas comecem a comer muito. Ela precisa sentir-se preenchida, sentir que este buraco está preenchido e aí ocorre a ingestão de grandes quantidades de comida. Ainda assim, o buraco continua, porque não é de comida que a pessoa precisa, mas de algum tipo de afeto que não sabe, porque é inconsciente”, conta Araceli Albino.
COMO SABER SE VOCÊ TEM COMPULSÃO?
Para saber se a pessoa tem compulsão alimentar é preciso perceber se ela está buscando se alimentar constantemente para qualquer tipo de alívio tensional. “Como exemplo, se quando está triste, ela busca comida. A pessoa não consegue parar. Sabe que não é necessário, que não está com fome, que comer muito faz mal à saúde, mas não consegue se conter”, diz a psicanalista. A pessoa é considerada compulsiva quando não consegue parar de executar o ato, mesmo sabendo conscientemente que é desnecessário, e, às vezes, perigoso para a saúde. “A pessoa é tomada por um impulso que conscientemente ela sabe que não pode e não precisa daquilo, mas não consegue evitar”.
“Se a pessoa percebe que está comendo demasiadamente, e, em qualquer situação, busca descarregar a tensão na comida, é um indício de compulsão. Existem graus, podendo chegar a níveis patológicos, levando a risco de vida” Araceli Albino – Psicanalista.
A causa é emocional e está ligada ao desenvolvimento afetivo. E se a pessoa for diagnosticada com compulsão, é necessário buscar um tratamento específico. “Em casos graves é indicado um acompanhamento multidisciplinar, com tratamento médico, nutricional e psíquico. É importante deixar claro que o tratamento emocional
é fundamental para conseguir primeiramente reconhecer que tipo de afeto está lhe faltando para poder pensar em mudar”.
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